Coordenadoria de Controle de Doenças/Vetores

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Situação Atual

A Algumas investigações a respeito dos prováveis reservatórios do agente etiológico da LTA realizadas na região Neotropical detectaram infecções em marsupiais primatas, desdentados, roedores e carnívoros. Segundo Lainson & Shaw (1974), parece definido que o reservatório silvestre para a Leishmania braziliensis s.l. é o Choloepus hoffmanni. No estado de São Paulo, entre os animais silvestres, os roedores dos gêneros Proechimys, Rhipidomys, Oryzomys, Akodon,Rattus e Didelphis são considerados primariamente reservatórios da Leishmania. Outros animais parecem desempenhar papel secundário.
Entre os em animais domésticos, os eqüideos, felídeos e canídeos são considerados hospedeiros acidentais, uma vez que não há evidências que comprovem o papel desses animais como reservatório do parasito, freqüentemente estes animais vêm sendo encontrados com lesões em mucosas das vias aerodigestivas superiores.

Magnitude e Distribuição Geográfica

A LTA se distribui amplamente no continente americano, estendendo-se do Sul dos Estados Unidos (Texas) ao Norte da Argentina (Lainson e Shaw 1974). No Brasil, a doença foi assinalada em 24 unidades federativas, e tem merecido maior atenção, não só pelo aumento das taxas incidência, associadas às altas taxas de morbidade e capacidade destrutiva de mucosas e pele, mas também pela sua distribuição geográfica e expansão para novas áreas, principalmente, centros urbanos como Manaus e Belo Horizonte (MS 1994).
Em 1993, a Organização Mundial de Sa úde (OMS) definiu a LTA como a segunda doença causada por protozoário de importância em saúde pública, superada apenas pela malária. Cerca de 350 milhões de pessoas no mundo estão expostas ao risco de contraí-la. Estima-se a existência de 12 milhões de pessoas infectadas no mundo e a cada ano, cerca de 400.000 contraem a infecção. Nas Américas, estima-se que para cada caso registrado por ano, cerca de 4 a 5 casos não são diagnosticados (MS 1994, Aguilar et al 1989, OMS 1994, SES-SP 1995).
No Brasil, a LTA ocorre em ambos os sexos, acometendo todas as faixas etárias, entretanto na média do país, para o período de 1980 a 2005, predominou os maiores de 10 anos de idade, representando 90% dos casos e o sexo masculino 74%. A partir de 1985, vem se verificando tendência de aumento no número de casos, observando-se picos a cada cinco anos. No período de 1985 a 2005 o número médio de casos autóctones foi 28.568 e coeficiente de incidência de 18,5 casos para cada 100.000 habitantes.


Gráfico: Casos notificados de leishmaniose tegumentar americana, Brasil – 1985 a 2005.
Fonte: Sinan, SVS/MS, 2008.

No estado de São Paulo, a transmissão é caracterizada por dois perfis epidemiológicos: o primeiro, envolvendo o ser humano quando em contato com o ciclo enzoótico silvestre e o segundo relacionado com a transmissão domiciliar, em áreas onde ocorreram profundas modificações do ambiente natural, envolvendo além da população humana os animais sinantrópicos e espécies de flebotomíneos que vem se adaptando aos ambientes rurais e periurbanos.
A LTA no ESP tem apresentado importantes alterações em seus níveis de transmissão, com picos qüinqüenais.

 

Grafico 2

 

 

Gráfico: Casos autóctones notificados de leishmaniose tegumentar americana no estado de São Paulo, 1998 a 2007.

Observa-se o incremento do número de casos e expansão das áreas de incidência, avançando em áreas novas, como a Grande São Paulo, Araraquara e Sorocaba, sendo que esta última região representou em média 19% dos casos notificados no período de 1998 a 2007, além do alto percentual de casos em áreas de transmissão antigas como Vale do Ribeira, Araçatuba e Presidente Venceslau.

 

grafico 3

Gráfico: Percentual médio de casos notificados de leishmaniose tegumentar americana, por região administrativa do estado de São Paulo, 1998 a 2007.

No entanto, a doença configura-se com a formação de inúmeros microfocos, com casos esporádicos e surtos epidêmicos, característicos de algumas regiões como o Vale do Ribeira, Campinas e Sorocaba, geralmente ligados à ocupação do solo por novas áreas de plantio ou invasão de mata por extensão urbana.
Observou-se no biênio 2001 – 2002 que a transmissão foi predominante para o sexo masculino e faixa etária de 21 anos de idade e mais nos dois anos estudados e que em 52,0% dos casos a transmissão esteve relacionada com atividades envolvendo o ambiente domiciliar e cerca de 10,0% dos casos relataram atividades de lazer, principalmente, na região de Campinas. Destacando-se a região do Vale do Ribeira onde a transmissão ocorreu no ambiente domiciliar, acometendo todas as faixas etárias, sendo que em 18,9% dos casos, eram crianças na faixa etária de 2 a 10 anos de idade (Camargo-Neves e Brasil 2003).

 

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